QUERO!

Eu quero seguir o sol, até onde ele chegar

de lá poder traduzir versos prá te encantar.

Eu quero ser calmaria na vida de quem se dá,

travar luta serena sem tempo prá lamentar

se vitoriosa poder ficar,

se derrotada me devotar.

Quero colher do céu palavra mais pura que encontrar e com ela poder me dar

um sonho novo de poder sonhar.

Quero seguir o tempo e dele não me bastar...

seguir seguindo vida sem momentos de hesitar.

Cavar raso no chão um piso prá me firmar, gravando dentro do peito,

o grito de querer falar.

Quero fazer da esperança uma causa para ficar,

da espera um motivo prá não chorar,

das querências uma razão prá amar,

deste amor o sentido do meu querer.

Querer seguindo o vento,

querer buscando o sol,

querer segurando o tempo,

querendo que jamais passe!

Lara participa do Festival de SanRemo com esta canção maravilhosa.Pena que o bom gosto dos italianos tenha se misturado ao seu estilo de vida às vezes egoísta (bem o sei por ser descendente) em não elegê-la campeã, pois a loira  maravilhosa não vive na Italia...embora casada com Gabriel que é italiano e sendo sua mãe tbem italiana.Sinceramente eu não entendi...para mim ela era a melhor....afinal é uma diva....mas...Ouçam que música belíssima!!!

Maravilhosa Lara....com sua angelical voz....encanta...

RETROSPECTO

De mãos entrelaçadas,

tentas pegar a vida, apalpas o vácuo de tua existência

e te vês agora envolto em lençóis brancos.

É visão rude, gelada e tu vês além dos olhos carnais.

Percebes como é brilhante a vida, envolvido em cores, 

de luz real e permanente, 

mesmo quando o ser finda, 

permanecendo apenas a lacuna das existências, lindas, idas, infindas.

De mãos espalmadas para o nada,

tentas apanhar a vida. Espera!!! Acalenta o sentido de saber esperar, 

que se preencha aos poucos, o vácuo de tua viagem...

E envolvido te percebes agora,

preenchido te sentes então, pelo branco da vida que não passa,

pelo branco luminoso de uma paz infinita que ora te doura o ser,

de um tom que eterniza e ilumina a  cor das auras eternas!

INTROSPECÇÃO

Há sempre luz no breu da noite, 

depende dos olhos de quem a vê,

Há sempre paz na mente errante,

depende da cabeça, cuja boca julga.

Há sempre um talvez na essência do não balbuciado,

há sempre em nós, um porém no vacilante sim convicto. 

Haverá sempre em nós enquanto mortais...

uma mente errante em  busca da paz,

uma carência calada, falando de amor

uma dúvida em conflitante atrito com a certeza,

uma luz visível e compreensível na estrada do enlouquecer,

uma paz iluminada e ofuscada, na lucidez da loucura!

GERMINAÇÃO

Num quintal de alguém,

chora um pirralho ninguém,

vê a flor que nasce,

sente a germinação!!!

Sou eu, príncipe vadio...eu um bedel vazio,

eu, que nunca fui rei,

eu, que já nem mesmo sei

se soube plebe ou mutação...

Num quintal a esmo,

a rosa faz segredo num contrato com a solidão,

vê que nasceu tão só, sente que só tem o sol, 

carente como um ser só, 

sou eu, menestrel atroz!

PLATONISMO

PLATONISMO

Vem manso como a suave brisa,

penetra meu ser sem saber que chegou

e ficou assim...

Bebe minhas horas tolas,

come meus segundos vagos,

embriaga meus sentidos ao entorpecer meu apetite

para quaisquer outras bocas ou olhos...

E manso permanece em mim,

ocupando todos os meus espaços!

Embebida e entorpecida

sem olhos para a saída

assim permaneço em tua vida

sem que sequer sonhe

que chegou e ficou, assim em minha vida.

Consolo-me pois,

assim eu permiti, 

e então permaneces em mim, comendo e bebendo

todos os meus espaços e emoções...

Até que assim, eu o queira!!!